Não Vivi
Não vivi
Sorrisos encondidos sob máscaras
derretendo-se como mentiras
Não vivi
Tristezas mentirosas, encabeçadas por teimosias cegas
Não vivi
Com dentes abertos escancarando posismos
e com coração fechado com cadeados
dos medos
Não vivi
Silêncios criminosos
Sinceridades suicidas
Não vivi
Emcabrestado como demente ágil e promíscuo, subalterno às ventanias
sem rumos
Entre rédeas volumosas como vexames sem tamanhos
Não vivi
Em currais lamacentos de hipocrisias
enbrutecidas
Entre cercas muradas de mediocridades ossificadas
com as infertilidades de proselitismos
baratos
Não vivi
Em monturos inférteis com as cicatrizes profundas de caminhos vulgares
Em desertos sem sóis
Não vivi com erros vis
Nem com abraços sem apertos
sem viço...
Não vivi olhares sem o testamento ocular de minha alma sedenta e apaixonada pela vida
Não vivi !
Não vivi !
Não vivi !
Sem os cheiros dos olhares de gente com cores de gente
Sem os perfumes dos sorrisos que perambulam encharcados de suas verdades
Não vivi
Sem o brilho dos átomos das estrelas
Sem o pulsar do chão que traço meus rastros
Não vivi
encaixotado em redemoinhos sem o êxtase de uma alma que goza
Sem o limiar das cores em ação
do meu coração - morada rebeldia
volúvel e obtusa
arrebentada pela fúria
pelo ímpeto
pela orgia
das Bonitezas límpidas, vívidas e vividas
Vivi sob os ritos litúrgicos
como prostituto da beleza
extasiado com a leveza
de não viver sem o útero da poesia