Para o Fim

Para o Fim

O sono que há nas pedras é quebrado

Nas ondas mais agudas do silêncio

Das línguas mudas, rebeldes harpas,

Ao toque do real inflexíveis

O próprio sino se toca, em improviso

Atende a deixa olvida do maestro

Até o que não tem alma é animado

Corpos como gargantas do inefável

Difuso alfabeto em letras ímpares,

Cordas vocais, instrumentos, artérias,

Enquanto os próprios filhos, mudos, gastam

Ecos do puro Sangue; ser divino

Ao toque da trombeta, vulneráveis

Te apresses, que está sendo consumado

O crepúsculo do único Dia.

Os dentes, bem regados, vão trincando

E um Fogo gela o sol de agonia

As cinzas deste mundo são somadas

Às almas, e estes corpos abrasados,

Se atam aos três Nós do universo

(Ou pairam longe e perto; inalcançáveis)

David Ariru
Enviado por David Ariru em 14/06/2022
Código do texto: T7537432
Classificação de conteúdo: seguro