Para o Fim
Para o Fim
O sono que há nas pedras é quebrado
Nas ondas mais agudas do silêncio
Das línguas mudas, rebeldes harpas,
Ao toque do real inflexíveis
O próprio sino se toca, em improviso
Atende a deixa olvida do maestro
Até o que não tem alma é animado
Corpos como gargantas do inefável
Difuso alfabeto em letras ímpares,
Cordas vocais, instrumentos, artérias,
Enquanto os próprios filhos, mudos, gastam
Ecos do puro Sangue; ser divino
Ao toque da trombeta, vulneráveis
Te apresses, que está sendo consumado
O crepúsculo do único Dia.
Os dentes, bem regados, vão trincando
E um Fogo gela o sol de agonia
As cinzas deste mundo são somadas
Às almas, e estes corpos abrasados,
Se atam aos três Nós do universo
(Ou pairam longe e perto; inalcançáveis)