FRAGMENTOS.
Vou cadenciando a jogada
Passo o pé sobre a bola,
Viro de um lado para o outro,
Driblo tua íris,
Faço-a querer penetrar na grande área...
Dou mais um toque
Que resvala no meu coração combalido,
Vou conduzindo o hoje
Como um aprendiz incansável,
Rabisco ideias universais,
Tiro da cartola a orla das
Minha invenções,
Vejo agora só o centro,
Esse miolo que descarta periferia,
Que soberbamente vomita
Suas sobras no olho da miséria,
Faço uma jogada por dentro,
Dou uma guinada na diagonal,
Conduzo a bola e a coloco no prato.
Deixo-o que entenda e faça o gol,
Daqui pra frente o mundo gira
Nos sentidos,
Não se pode perder o jogo
Se é maioria.
A fome está aí comendo vidas,
E onde está sua espada, e suas ogivas?
Sou agora, a perna que dá o passe,
O dedo que aperta o gatilho,
sou mais, sou a mão que traça a linha.
E te entrega a caneta para assinar,
Sua parte nesta história.
Sou um jogador perdido neste campo,
Sonhando com uma jogada,
Para decaptar as forças do mal.