MEDO

 

Eu tenho medo, sim, confesso,

de que um dia, já bem perto,

eu me veja só, abandonada,

sem um alguém para tratar-me as dores,

aliviar-me a sombra dos temores

na solidão da fria madrugada.

 

É triste sei, mas esta é a regra,

a que estamos todos nós sujeitos,

na juventude impera o preconceito

contra a velhice, mal enorme, destrutivo,

que chega quieta e repentinamente,

abate o corpo aina quente e vivo.

 

Não há como fugir,ninguém tem o direito

de invocar padrões ou de alinhar conceitos

para escapar num gesto, ao seu poder funesto.

 

A vida segue em frente, correndo apressada,

não te promete nada, não te abraça em festa.

Lamento te dizer... mas a verdade é esta.