PRÓTESES

Bem atrelado às horas, e nunca ao relógio,

porque ele não anota o metileno mais forte

da xilogravura predominante das dezenove,

entre o outono desse junho que me sacode.

Ainda mantenho os teclados sobre a celulose

vestida toda de branco, que, feito uma droga,

quer de mim tudo que somente a ela importa:

o tremor da palavra lá dos confins dos miolos.

E o poeta transforma o seu verso numa prótese,

mas sempre manca, pois o poema não o socorre.