Espera
Na sala de espera ao meio dia
Ataco a metafísica sem rodeios
A sala de espera é a minha vida
A vida em seu meio dia
Estou no meio
Daquela selva selvagem
e obscura
A qual me vale a pena o pleonasmo
Balanço os meus pés como um menino
Contente e descontente com o recreio
Até ser, tudo é espera
Mas aqui devemos ser
Algum tipo de quimera
Entre o célico eo ferino
E mais um já foi chamado
Estava pronto pro lance
Ou foi pego desarmado
Sem cruz, sem chaga e sem chance?
Vou conversando fiado
De um saber que não possuo
Acendo uma falsa fogueira
Com os ponteiros do relógio
De paredes
Daquela que arde
E não se vê
É falso todo o fogo além do Sol
E aquele bebedouro
De água encanada
É fonte que afoga e não sacia
As lâmpadas no teto
De artifício
Calor que apenas queima e não aquece
Não perguntarei se me esquecem
Com medo de que se lembrem
Enquanto não sou chamado
Esta sala é minha casa
Nos contentamos com pouco
E esta vida às vezes basta
Até que não baste, deveras
Antes que eles me chamem
Desta sala de espera
Me tranco e me atraco em mim mesmo
A âncora às vezes
Pensa que navega
E temo mais o médico que a doença
Já tão íntima, tão minha e tão eu
Qual a fila?
Qual a senha?
Qual o preço?
Meu coração está a ponto;
À beira
Na sala de espera ao meio dia
Antes que eu caia...
"PRÓXIMO!"
...socorro!