Final de tarde
Fim de tarde, numa loucura, foge
para no sopro dos ventos aos poucos
assistir quando a duna se desfaz...
sob o mesmo céu a liberdade de acreditar
num sonho, vai na asa da gaivota
que se perdeu e sozinha viaja.
No alvoroço dos pensamentos
a alma silencia, um coração em chamas
rouba o olhar que se perde
no vermelhidão do sol se pondo, que vai
triste acenando
para os sonhos dourados e impossíveis
de desejos esvaindo-se,
sem alcançar o que está distante.
Caminhar pela areia fina, sem enxergar
onde se esconde a ponte, na fuga interior
esse eterno ir só para lugar nenhum,
estranho elo
dá lugar à marés de esperança se derramando
afogam os sonhos mais escondidos, pés
que tocam a ilusão flor, no vai e vem...
para secar, antes de florir.
Desperta, sem alma,
nas roupas frias, traz as gotas do brilho daquele sonho
aparentemente possível.
Sonho é um senhor exigente, relutante,
daqueles que mira os olhos da tristeza,
nessa lógica,
enquanto ela quer ficar ele diz; _ Siga seu caminho, vá,
nada sabe de mim, ou do mundo que criei.
Fim de tarde, fugiu literalmente das responsabilidades,
embala um sonho tonto, errante , com lápis na mão,
reafirma o que quer,
a cada dia se julga aprendiz, caminhando obedece
o pulsar do coração que como o sol
corado, a paixão que nunca esvanece.