Final de tarde

 

 

 

Fim de tarde, numa loucura, foge

para no sopro dos ventos aos poucos

assistir quando a duna se desfaz...

sob o mesmo céu a liberdade de acreditar

num sonho, vai na asa da gaivota

que se perdeu e sozinha viaja.

 

No alvoroço dos pensamentos

a alma silencia, um coração em chamas

rouba o olhar que se perde

no vermelhidão do sol se pondo, que vai

triste acenando

para os sonhos dourados e impossíveis

de desejos esvaindo-se,

sem alcançar o que está distante.

 

Caminhar pela areia fina, sem enxergar

onde se esconde a ponte, na fuga interior

esse eterno ir só para lugar nenhum,

estranho elo

dá lugar à marés de esperança se derramando

afogam os sonhos mais escondidos, pés

que tocam a ilusão flor, no vai e vem...

para secar, antes de florir.

 

Desperta, sem alma,

nas roupas frias, traz as gotas do brilho daquele sonho

aparentemente possível.

 

Sonho é um senhor exigente, relutante,

daqueles que mira os olhos da tristeza,

nessa lógica,

enquanto ela quer ficar ele diz; _ Siga seu caminho, vá,

nada sabe de mim, ou do mundo que criei.

 

Fim de tarde, fugiu literalmente das responsabilidades,

embala um sonho tonto, errante , com lápis na mão,

reafirma o que quer,

a cada dia se julga aprendiz, caminhando obedece

o pulsar do coração que como o sol

corado, a paixão que nunca esvanece.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 09/06/2022
Reeditado em 13/09/2022
Código do texto: T7534242
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.