Sozinho

 

E vi seu vulto tornar-se sombra e desaparecer na escuridão.

Não conseguiria imaginar como seria esta solidão.

O corpo maltratado que viu surgir o amanhecer.

Não produziu dor maior do que sua ausência irá trazer.

 

O som do silêncio nos ensurdece, o grito morto na garganta nos tira a voz.

As lembranças do que fomos ontem, as histórias escritas por nós...

Os pensamentos se confundem. Impossível compreender.

Os olhos marejam e as lágrimas tornam-se difíceis de conter.

 

Por que o amor que era nosso, tornou-se apenas de um?

Por que se separam os sonhos que antes eram em comum?

Deixamos de amar ou talvez, na verdade nunca se amou?

Tudo enfim se desfez e só mesmo a saudade ficou?

 

Sob a luz do sol, o espaço agora é vazio...

O tempo que passa não volta como fosse águas de um rio.

A visão ainda embaçada, não permite ver um caminho...

E caminhar é o que resta. Aprender a seguir... Sozinho...