Desatino

Intermináveis dias de pensar, infindáveis reflexões.

Incontáveis horas perdidas, em busca de soluções.

Quantos anos já se passaram e nada foi diferente?

Quantos serão necessários até desistir, finalmente?

Afinal, o que é mesmo esta vida, que a tanto tempo persigo?

É estranho, mas quanto mais navego, menos portos eu consigo...

Fui eu mesmo que escolhi, seguir por estes caminhos?

Quanto mais apoio eu procuro, mais me sinto sozinho.

Estou atrás de realizar-me ou satisfaço uma sociedade?

Luto tanto por coisas, mas as quero, na verdade?

Sei que a paz é ilusória. Porque ainda a procuro?

Parece até nada mais, que só um lugar no escuro...

Procuro uma realização, que sequer saiba qual seja,

Chegar ao fim de uma estrada, sem que ao menos a veja?

Sigo na direção certa ou vou no sentido oposto?

Vou para onde desejo, ou obedeço algo imposto?

Ah! Destino meu, meu destino...

Se te cantar, desafino. Se decifrar, desatino!

Peguei carona em você, mas creia-me: Sou clandestino!

Almejo o fim da jornada. Talvez não chegue em nada ou ancore em lugar nenhum.

Talvez eu encontre a luz...Aquela do fim do túnel! Talvez seja apenas, mais um.