Dona Menina

Me pergunto se te perdi,

pela bagunça da minha vida,

e pelos traços de passado

que deixei espalhados,

junto com as roupas

pela sala.

Ou talvez tenha sido

pelo entrelaçar das nossas mãos,

quando você não esperava

receber algum afeto.

Dessa maneira,

permaneço entre as minhas dúvidas,

e entre outras coisas

que insisto em deixar

fora de lugar.

Eu bem que podia

evaporar,

sumir, em plena luz do dia.

E ser arrebatado

pelas minhas lembranças,

das horas que passamos juntos.

Podia brotar na minha cama,

bem ao teu lado,

enquanto você suspirava,

tentando recuperar

o fôlego perdido.

Eu não fazia ideia,

que íamos nos perder, Dona Menina,

e talvez seja essa,

a minha sina.

Viver, amar, remoer,

e esperar.

Talvez seja essa a razão,

de toda poesia

que escrevo em vão,

e das tantas vezes

que volto a ter no pensamento,

a tua imagem,

atravessando o meu portão,

para nunca mais voltar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 07/06/2022
Reeditado em 07/06/2022
Código do texto: T7532751
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