RENASCIMENTO
É preciso rasgar-se,
despedaçar a si mesmo,
para arrancar das próprias entranhas
um outro.
Talvez monstruoso,
bizarro, indecente,
vergonhoso.
Ele que, por sua vez,
há também de rasgar-se,
despedaçar a si mesmo,
para revelar um duplo,
um inclassificável duplo.
É preciso sempre renascer
no ventre do abismo,
transcender os limites do inumano
através de um grito ainda inconpreensivelmete humano.