Enigma do outono
Eternamente jovem,
Quando este corpo
Estiver a envelhecer,
Folhas vão caindo à bel-prazer,
No ciclo de cada estação,
Uns vem, enquanto outros vão,
Assim vivesse na saudade,
Vem a fase da maturidade,
A cada processo com naturalidade,
É o místico das acções,
Voltamos a essência inicial,
O equinócio na estação do conhecer,
A elevação da gnose do ser,
Os cuidados são redobrados,
Tudo na medida certa,
Somos perguntas, e ao mesmo tempo resposta(s)
O tempo nos torna sábios,
Mas, ao mesmo tempo nos condiciona,
É o nível do auge do graal,
Nessa roda de Roda de Samsara,
Descrita pela tal caminhada no sahara,
Um privilegio que muitos não têm,
A carne enfraquece e as rugas aparecem,
Mas, poucos vem...
Outros julgam,
Rotulam, como se as épocas fossem iguais,
Um dia filho, outros dias pais,
E há aqui aquele ponto que junta os dois...
Todas as dores da vidas renascem,
Não é o fim das linhas,
Mas, sim a fase das entrelinhas,
As energias são concentradas no âmago,
Para os tempos frios,
Equilibrando as vibrações,
Só o necessário se aproveita,
Acautelando todas as emoções,
Do tempo ganham-se acervo cultural
A idoneidade engradece o intelecto,
A cada segundo do natural,
Mas, também é etapa de todas as crises,
O tempo tem dessas, e com ênfases,
Somos dotados de várias fases,
Ficamos mais solitários,
A longevidade traz silêncios,
E estes os mistérios dos ventos,
Ao despertar da aurora dos sentimentos,
Pois, voltamos ao estágio inicial,
Mas, com mais conhecimento (...)
(M&M)