Enigma do outono

Eternamente jovem,

Quando este corpo

Estiver a envelhecer,

Folhas vão caindo à bel-prazer,

No ciclo de cada estação,

Uns vem, enquanto outros vão,

Assim vivesse na saudade,

Vem a fase da maturidade,

A cada processo com naturalidade,

É o místico das acções,

Voltamos a essência inicial,

O equinócio na estação do conhecer,

A elevação da gnose do ser,

Os cuidados são redobrados,

Tudo na medida certa,

Somos perguntas, e ao mesmo tempo resposta(s)

O tempo nos torna sábios,

Mas, ao mesmo tempo nos condiciona,

É o nível do auge do graal,

Nessa roda de Roda de Samsara,

Descrita pela tal caminhada no sahara,

Um privilegio que muitos não têm,

A carne enfraquece e as rugas aparecem,

Mas, poucos vem...

Outros julgam,

Rotulam, como se as épocas fossem iguais,

Um dia filho, outros dias pais,

E há aqui aquele ponto que junta os dois...

Todas as dores da vidas renascem,

Não é o fim das linhas,

Mas, sim a fase das entrelinhas,

As energias são concentradas no âmago,

Para os tempos frios,

Equilibrando as vibrações,

Só o necessário se aproveita,

Acautelando todas as emoções,

Do tempo ganham-se acervo cultural

A idoneidade engradece o intelecto,

A cada segundo do natural,

Mas, também é etapa de todas as crises,

O tempo tem dessas, e com ênfases,

Somos dotados de várias fases,

Ficamos mais solitários,

A longevidade traz silêncios,

E estes os mistérios dos ventos,

Ao despertar da aurora dos sentimentos,

Pois, voltamos ao estágio inicial,

Mas, com mais conhecimento (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 06/06/2022
Código do texto: T7531934
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