TERRA ARRASADA

Quantas vezes meu peito,

querendo gritar um milhão

de nomes, deparou-se iletrado

porque cismava em entender

apenas palavras do seu idioma?

Quantas vezes fincastes

bandeiras de colonizador

em minha mente, devastando

as terras dos meus povos originários

e deturpando minhas individualidades?

E agora vais embora com a torpeza

de quem caminha sem olhar para trás

ciente de que o tropeço foi meu

Retira-se como quem sabe

que quem já se encontra ao chão

não tem mais porquê sentir medo de cair

Guillherme Sotero
Enviado por Guillherme Sotero em 05/06/2022
Código do texto: T7531093
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