P R E C I O S I D A D E S (298)
D I V I N A
Eu não busco saber o inevitável
das espirais da tua vã matéria,
não quero cogitar da paz funérea
que envolve todo ser inconsolável.
Bem sei que no círculo maleável
da vida transitória e mágoa séria
há manchas dessa orgânica miséria
do mundo contingente, imponderável.
Mas o que eu amo no teu ser obscuro
é o evangélico mistério puro,
o sacrifício que te torna heroína.
São certos raios da minh'alma ansiosa,
é certa luz misericordiosa,
é certa auréola que te faz divina.