RESTO MORTAL
RESTO MORTAL
Afogo-me no vazio
Caudaloso rio
De desilusões e apatias
Talvez influência dos dias
Cinza escuros fechados
Silêncios eclipsados
Estropiado pelas notícias
Que servem como sevícias
Encapsulo-me entre paredes
Embruteço-me em redes
Palpito sobre tudo e todos
Escorraço sem modos
Impune sem medos
Infernizo vidas
Relativizo mortes
Gozo o infortúnio
Os sem sortes
Não mais toco ninguém
Tudo a distância em telas
Não dói qualquer esparrela
É apenas imagem de alguém
Que pouco amo ou detesto
Apenas desdenho como humano
Pouco importa
Já não presto
Sou apenas resto (mortal)