PARANGOLÉ
A tarde pede bem mais; não basta a janela
— e debruço os pesadelos sobre a cerâmica
disposta ao longo do parapeito da varanda.
E não há jeito de ignorar todos os amarelos
vindos tão de longe, mas, aqui, tão de perto,
que consigo inventar uma geografia profana
capaz de trazer, mesmo agora, a sua bonança
de ressurgir entre as mímicas do meu verso.
O outono pesa a mão e recolore as dezessete
— onde você é o morro que o poema anoitece.