HÁ VIDA APÓS O ESQUECIMENTO

Não foi o não-vir que doeu

O que doeu foi o quase-vir

Porque é dilacerante o genocídio

De todos os povos e situações

Que foram criados pela expectativa

De que um dia estaríamos juntos

Todo processo de esquecimento

Implica na morte do que criamos

Até que o amontoado de cadáveres

Desmoronem ao chão e possamos

Enxergar a realidade nua e crua:

Que há vida de fato após a morte

E a vida é o meu presente

Pleno de gratidão e paz

Extremamente colorido e confortável

Sem contar com o calor dos seus braços

Guillherme Sotero
Enviado por Guillherme Sotero em 28/05/2022
Código do texto: T7525420
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