MÃO NA MÃO

 

Eu te olho longamente

tentando passar mensagem.

Mensagem de amor, de carinho,

do meu solitário ninho

sem cor, sem flor, sem imagem.

Porém tu não compreendes,

tento, tento, não entendes:

tu só enxergas a paisagem.

 

Dá-me a mão, te dou a minha,

não desejo ir sozinha

pelos campos ressequidos

procurando um amigo

para amparar meu cansaço,

com a força do seu braço,

e levar-me espaço afora.

 

Vem, te achega, não demora,

não deixa passar a hora.

Se tens de vir, vem, agora.