Pedacinho do jardim da casa da Costa Barros (2005)
TEMPO FUGAZ
Ah, que saudades eu tenho
da minha casa querida,
onde o jardim tinha vida
no florir das margaridas,
passarinhos a cantar...
Não mais vejo os meus amigos,
não ouço o seu gorjear.
Hoje vivo, aqui, sozinha,
nesta gaiola de vidro,
indiferente ao perigo
que possa vir-me rondar.
Bem quisera retornar
ao passado, às alegrias
que povoavam meus dias,
sempre a sorrir, a sonhar.
Mas o tempo sorrateiro
passou correndo, ligeiro,
carregou tudo consigo.
É um feroz inimigo
que nos leva de roldão
corpo, alma, coração.
Tempo, tempo tão fugaz,
o que leva, ele não traz.