VERSOS - RASCUNHOS
Por Juliana S. Valis
Deixei alguns versos de molho
Em rascunhos abstratos do tempo,
Para publicá-los, ao vento, depois
Entre os risos rabiscados de horas
E de amores que só a alma clama
Entre as letras e cores de outrora...
Deixei alguns versos sem receita,
Para cozinhá-los no forno da vida
E servi-los entre céus e estrelas,
No afã de vê-las voando ao relento,
Levando mais sentimento à frieza do mundo,
Quando apenas a paz canta no vento
E compõe canções de algum amor profundo,
Entre as flores e as faces do sentimento!
E deixei que essas flores trouxessem
Cores, reticências e vírgulas da vida,
Escritas em páginas dos céleres anos,
Sem rascunho entre enganos desse mistério
Do amor, feito um livro alegre ou mais sério,
Desafiando qualquer critério de a(penas) viver,
Mas como saber onde estará a verdade,
Escrevendo no tempo suas inúmeras peças?
E, assim, este poema de molho ficou
Inacabado em rascunhos de versos,
Sem receita exata, seja como for,
Entre enigmas em nós dispersos,
Cada qual construindo seu próprio amor...
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