Moinhos de vento
Às vezes sinto como se não devesse sentir
"Sinto, logo existo", e sentindo, sinto como se não devesse existir
Às vezes existo sem sentir, às vezes sinto que não vivo
Sobrevivo, acorrentado à constante efemeridade do ser
Sendo, sou, existo e sinto
Em excesso na maior parte do tempo
Tempo que me engole, regurgita e cospe
Trazendo lições que não apreendo
Mas não me arrependo, sigo errando, errante a esmo
Caminho em ciclos, sem lar, sem destino, coleciono momentos
Sou tecido das Moiras, enroscado em moinhos de vento