MEMÓRIAS DE UM FIM DE TARDE.
São lentos e silenciosos
os pousos das folhas de outonos
no poeirento colo do chão.
Eu as vejo caindo da glória
de onde um dia a vida lhe expuseram
as palmas do mundo.
Elas descem no baloiçar dos ventos
que as retiram do seu santuário
e as depositam nas agruras da vida,
o chão é um local de vida e desilusão,
por ele uma semente eclode,
e por ele uma folha se desfaz,
perdendo do belo, o encanto dos olhos.
Eu as vejo e as venero,
são tristes corpos que ás gramíneas
se misturam , e dali se perdem.
A mim as folhas dispersas
se assemelham,
me perco deste lado, onde as ilusões
terminam e pronto.
É esse o ponto máximo da vida,
nascer forte, ter vigor, sonhar,
para depois claudicar,
e num momento não mais existir.