Dia Cinza
UM DIA CINZA
Às vezes, vejo o dia cinza das minhas janelas.
As cores se perdem no horizonte dos meus pensamentos.
Será que está vindo a chuva? Ou virão apenas momentos,
De uma chuva fria que irá fazer brotar flores amarelas?
E a luz teima em não vir me iluminar.
Sopra o vento frio da saudade e me perco em arrepios.
Olho para dentro de mim, me leio, e vejo poemas frios,
Onde em cada verso a chuva turva a luz do meu olhar.
Queria o sentir do cheiro de campo que seu corpo exala.
Aquele aroma doce de calor e quente de doçura
Que me faz azul o céu, me enchendo a alma de tontura,
no ofegante afã das palavras mudas que nosso coração fala.
E o céu é turvo ao olhar que o busca triste nesse amor.
E é como se o dia quisesse parar as horas do seu caminhar
Para o amanhã não me trazer você, não deixando o sol brilhar,
Levando o cinza do meu céu e trazendo a luz do seu calor.
Dejorge 2020