Palavras ao léu
Manchei a manga chupando uma manga
Rio de mim mesmo ao lavar a blusa no rio
Cedo à pressão logo cedo
Sem colher de chá, vou colher o que plantei
Na falta de apoio, te apoio
Começo a falar, então, não perde o começo
Sela esta ideia e fique longe da cela
Não vou apreçar essa fita, mas, você tem que se apressar
Nós não temos bolo de noz, exceto nas festas de fim de ano
Somos cavaleiros sem cavalos, nobres cavalheiros marginais
Imigrantes sem identidade, emigrantes na própria terra
Cumprimento pequeno comprimento de boas vindas
Soar, trabalhar até suar para sobreviver
Vida de peão é assim: um pião na mão do patrão e de todo o sistema
Amo que é severo e diferente de muitos por aí, eu não amo
Vou terminar de apontar os erros e contradições, mas antes vou apontar o lápis
Livro, papel e caneta minha arma
Por isso estou esperto contra qualquer um
que deseja me arma uma cilada
Pode vir me atestar e vamos ver quem vai se atestar
A caça vira caça da noite para o dia
Em cada canto ouço um canto
Um são baratos outros são caro
Então se liga aí meu caro
Se não tem a casa de ouro no ouro da camiseta
Pare de se lamentar e deixe isso para lá
Volte logo para casa
Pois amanhã é o dia em que você vai se casa
A brincadeira do poeta nunca termina.
(2022)