Sorrisos Negros

Gosto de Flores

com peles Negras

Gosto de Flores

com texturas Pretas

Gosto do seu sorriso pra mim

Porque Sorrisos Negros me alucinam

Gosto, sim, do verbo gostar

Porque me clareiam

Me instigam

Me alumiam

Gosto delas, das Flores Pretas

Das Flores Negras

De todas elas

Me elastecem a alma

Me acalmam, me excitam

Me fazem pulsar Sorrisos

Me fazem desabrochar Sorrisos

Me colorem as horas

Perfumam meus dias

Me fazem gritar por dentro de mim

Me fazem quebrar as paredes

dos meus medos

Me fazem derrubar as cercas

dos meus segredos

Me fazem explodir as rédeas

dos meus limites

Me fazem arrebentar os cabrestos

dos meus desejos

das minhas paixões

das minhas sedes

das minhas fomes

de Eco-Existir com o mundo

Mundano Sagrado e Profano

Singular e Plural

E imundo no meu mundo

Sujo de sonhos e delírios

como pipas amarelas em vôos raros

a fincar seus rastros substanciais

no retorcido versar cheiroso

de pés no chão fincados no infinito

da terra bruta e fértil

A parir a Virilidade da fúria Poética do Belo

Da Bonita estupidez com seus sopros sutis de bravuras!

Nas linhas curvas das bordaduras

a compor labirintos infinitos

de Belezas Singulares

na Pluralidade de mim

Assim - faróis que se ascendem

acendendo o fogo de viver

e de resistir

Parir Rebeldias

Como as Flores Negras

Como as Flores Pretas

Como as Flores Raras

De Fertilidades Viçosas Latejantes

Nascedouros de Bonitezas

Sem porteiras

Sem arames

Só parimentos de Asas

com parteiras oníricas

A eclodir Sorrisos

Firmes Filhos de Levezas

nos colos de Deus

sem deuses fétidos de tão feios!

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 20/05/2022
Reeditado em 21/05/2022
Código do texto: T7520451
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.