Sorrisos Negros
Gosto de Flores
com peles Negras
Gosto de Flores
com texturas Pretas
Gosto do seu sorriso pra mim
Porque Sorrisos Negros me alucinam
Gosto, sim, do verbo gostar
Porque me clareiam
Me instigam
Me alumiam
Gosto delas, das Flores Pretas
Das Flores Negras
De todas elas
Me elastecem a alma
Me acalmam, me excitam
Me fazem pulsar Sorrisos
Me fazem desabrochar Sorrisos
Me colorem as horas
Perfumam meus dias
Me fazem gritar por dentro de mim
Me fazem quebrar as paredes
dos meus medos
Me fazem derrubar as cercas
dos meus segredos
Me fazem explodir as rédeas
dos meus limites
Me fazem arrebentar os cabrestos
dos meus desejos
das minhas paixões
das minhas sedes
das minhas fomes
de Eco-Existir com o mundo
Mundano Sagrado e Profano
Singular e Plural
E imundo no meu mundo
Sujo de sonhos e delírios
como pipas amarelas em vôos raros
a fincar seus rastros substanciais
no retorcido versar cheiroso
de pés no chão fincados no infinito
da terra bruta e fértil
A parir a Virilidade da fúria Poética do Belo
Da Bonita estupidez com seus sopros sutis de bravuras!
Nas linhas curvas das bordaduras
a compor labirintos infinitos
de Belezas Singulares
na Pluralidade de mim
Assim - faróis que se ascendem
acendendo o fogo de viver
e de resistir
Parir Rebeldias
Como as Flores Negras
Como as Flores Pretas
Como as Flores Raras
De Fertilidades Viçosas Latejantes
Nascedouros de Bonitezas
Sem porteiras
Sem arames
Só parimentos de Asas
com parteiras oníricas
A eclodir Sorrisos
Firmes Filhos de Levezas
nos colos de Deus
sem deuses fétidos de tão feios!