Infância
No tempo em que eu brincava pelas ruas
Livremente com os amiguinhos
Correndo descalço e sem camisa pelo bairro
Eu era muito feliz
A gente não se preocupava com nada
Nem com o pôr do sol e nem com a ressaca da lua
O nosso único vício era o de linguagem
A religião estava na alegria de viver
Na simplicidade da grandeza de ir e vir
Sem medo dos monstros armados
Só um pouco do bicho papão
Que, às vezes, morava em baixo da cama
A família era presente
Tudo era por perto
Eu morava com meu pai, minha mãe e meus irmãos
Nos finais de semana, os parentes vinham nos visitar
Tudo era por inteiro
Os sonhos eram permanentes e brilhantes
A esperança era cheia e feliz
O futuro pertinho
De ser o que quiséssemos
No anseio dias melhores