Na Paz Me Embrenho
Já não tenho dores agudas
Agora são todas crônicas
Reconheço os meus Judas
Careço de juntas biônicas
Tive todos os sentimentos
Hoje melhor absorvo a dor
Ainda vivo bons momentos
Sendo melhor observador
Ouço bem mais do que falo
Já vislumbro a eternidade
Aqui nunca cantei de galo
Porém não temo a verdade
Contra o tempo já não luto
Pois tanto tempo não tenho
Ruídos há muito não escuto
Na íntima paz me embrenho.
Brilhante, criativa e honrosa interação do mestre poeta Francisco de Assis Góis:
Gratidão (redonde)
Repito com gratidão:
Vida, não me deves nada.
Aproveitei cada grão
Que colhi nessa jornada.
Até o que eu não mereci,
Não colhi ou que perdi
E foi dado a um irmão.
Tudo isso, Pai, me agrada.
Repito com gratidão:
Vida, não me deves nada.