As Veias Secas de um Sorriso

As veias de um sorriso

esgotado de tão cansado

As veias expostas de um sorriso

à míngua

Sem a indignação

de um sorriso que sangra

grita e empalidece e se esgota

de uma submissão de inumanos

que plantam com seus míseros rastros a inoportuna atitude de

oprimir a alegria de quem pode

florescer sorrisos

Esses sorrisos esmagados

pelo despudor crivado pelo testemunho de silêncios criminosos

de tão covardes

sem a ruptura propositalmente

inexistente

Pois quem não goza sorrisos

Priva-se em desgosto contido

por gente inrustida em recalques

que determinam raciocínios domados

a impugnar e assustar sorrisos

com suas veias áridas, raquíticas, secas, irritadas sem a lubrificação do exercício de Co-Existir Sorrindo

Só resta a utopia de um dia

a revolução de sorrisos mastigados

pela força e volúpia cega e inoportuna

Terem suas veias infladas pelo sopro

da utopia a colorir e perfumar

a ressurreição de quem nunca mais riu

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 17/05/2022
Reeditado em 17/05/2022
Código do texto: T7518413
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