As Veias Secas de um Sorriso
As veias de um sorriso
esgotado de tão cansado
As veias expostas de um sorriso
à míngua
Sem a indignação
de um sorriso que sangra
grita e empalidece e se esgota
de uma submissão de inumanos
que plantam com seus míseros rastros a inoportuna atitude de
oprimir a alegria de quem pode
florescer sorrisos
Esses sorrisos esmagados
pelo despudor crivado pelo testemunho de silêncios criminosos
de tão covardes
sem a ruptura propositalmente
inexistente
Pois quem não goza sorrisos
Priva-se em desgosto contido
por gente inrustida em recalques
que determinam raciocínios domados
a impugnar e assustar sorrisos
com suas veias áridas, raquíticas, secas, irritadas sem a lubrificação do exercício de Co-Existir Sorrindo
Só resta a utopia de um dia
a revolução de sorrisos mastigados
pela força e volúpia cega e inoportuna
Terem suas veias infladas pelo sopro
da utopia a colorir e perfumar
a ressurreição de quem nunca mais riu