ESTAÇÕES.
Colho as estrelas do céu e vou jogando no mar
ondas faceiras vão engolindo enquanto ronronam marulho...
O pensamento se perde, alça voo... LIVRE!
O Vento me presenteia com uma folha
deve ter vindo de longe - bailando, bailando, bailando...
Lhe causa estranheza minha presença solitária?
Ou será mera curiosidade de me ver ali, um ser patético, plantado na areia?
Olhamo-nos.
Ela ali, pousada ao meu lado, com aparência tipicamente outonal.
Sim, já vivemos muitas primaveras...
Quantos Ventos já nortearam nossos caminhos
nos conduzindo, nos embalando e nos arremessando?
Sorrimos.
Evito o impulso de tomá-la para mim
seria injusto.
O mar canta, encanta e lança uma pequena onda
que faz a folha voar para trás, assustada.
Pego a última estrela e lanço no mar,
o tempo volta a marcar as horas
e antes que me ponha de pé
lá se vai a folha, bailando, bailando e bailando!
Um dia, quem sabe, nos encontremos de novo
num banco de estação
antes da chegada do próximo trem?