Eu anuncio aos quatro ventos...

Eu os desprezo

Eu os vulgarizo

Eu os vejo óbvios como nunca

E assim os odeio

Essencialmente me revolvem os sentidos

Ao renascer o que já se queria morto

A ressoar nos ouvidos 

A eterna ladainha da estupidez...

 

Guardo em mim gritos de protestos

Contra os generais que me assediam

Contra os artfíces da minha rendição...

Eles não sabem

Não têm a mínima ideia

Do que articulo no silêncio dos meus delírios

(tenho direito de ser louco e pacífico)

Eles desconhecem (como sempre, eis a sina!)

Minhas artimanhas de fuga até o próximo cerco.

 

E no esconderijo das minhas auto-confissões

Alimento um futuro gentilmente desesperado

A se espraiar pelos signos e formas

(mas também pelo nada de ser alguém)

Sempre desfocados pela miopia da minh'alma.

 

E nas raras vezes em que acredito

Haver algo além deste vulcão de contradições,

A batalha e eles (sim, eles!) retornam espectrais

E como se não fosse nada demais

Massacram corpos, almas e corações.

 

 

 Crédito da imagem: https://www.istockphoto.com/br/vetor/soldado-morto-e-seu-cavalo-ap%C3%B3s-a-batalha-s%C3%A9culo-xix-gm951979952-259881673