Poema do Psolista

Pensei num mundo sem indecência,

Que sob o sol havia liberdade

E que o socialismo vigorava ali.

Acreditei na justiça

E num Estado de coisas;

Coisas estranhas.

Deparei-me com um golpe!

 

Senti-me livre,

Ao menos por um tempo.

Não era comigo...

Quem procura acha!

Agora é minha vez.

 

Aos poucos,

Percebi que a realidade

Fez de mim um tolo.

Pois, a terra gira

Independe da vontade.

Não se trata de maldade,

Mas das classes e como agem.

E – de fato – a luta

Lá nunca existiu.

 

Mas o concreto é a verdade!

E o que era inverdade,

Esvaiu-se sem sentir.

Bastou que o tempo fechasse,

Que os ventos mudassem. 

E a paisagem

Esculpida com a moral no abstrato

Perdesse o sentido para mim.

 

(Poema de crítica ao moralismo pequeno-burguês do PSOL)