O poeta que me inspirou
Estava eu nessa tarde de outono
Junto a ti Pessoa amado,
Vendo-te a escrever o teu sonho
Contemplando o dom a ti dado.
Sorriste para mim sutilmente...
Deste-me a tua caneta para a mão
Dizendo: - escreve menina insolente,
Que meu tempo não é em vão.
Desafiei todos as "pessoas" em ti,
Respondi à velha carta de amor,
Lágrimas a escorrer em ti vi
Quando a leste, sentiste a minha dor.
Mas teu coração nunca seria meu.
Deste-me a caneta e de orgulho disseste
Poetiza minha, dá de ti, sejas meu Orfeu
Pois foste a única que me lês-te!
Eu sou todos eles por quem te apaixonas,
mas que seja o teu Pessoa apenas.
Neles apenas sou em vagas horas
Para ti serei a vida inteira!
Borboleta Raquel (conversas com Pessoa)