Vinde a mim
Vinde a mim,
Toda pedra atirada,
Toda palavra malfadada,
O que vier por fim...
Vinde a mim,
O medo do aflito,
O dito pelo não dito,
O não reprimindo o sim...
Vinde a mim,
Toda maldade do mundo,
Pois nele me misturo e confundo,
Pois acreditam que sou assim...
Vinde a mim,
Tudo que é subtraído,
Aquilo que não é ouvido,
O que me faz ser da bomba o estopim...
Vinde a mim,
Toda dor escalavra,
Todo poder das palavras,
Destas coisas que me tornam ruim...
Vinde a mim,
Um pouco mais daquilo
Das coisas que me refiro,
Minha guerra, meu motim...
Vinde a mim,
Tudo que me condena,
Toda sentença plena,
O Judas entre os querubins.
Vinde a mim,
Toda pedra arremessada,
Toda fúria desgraçada,
Tudo que é ruim.
Vinde a mim,
A razão maculada,
Pela mentira desgraçada,
As flores negras do jardim.
Mas estou aqui de peito aberto,
Sangrando.
Lágrimas de desafeto,
Mas te amando.
Não me importa das dores do mundo,
Ao abraçar a tua tez,
Sou feliz, mais uma vez,
Porque em você me aprofundo.
Mente e alma, corpo aberto.
Numa enorme cinesia,
Tão completa magia,
Pois com você estou completo
LINK AUDIO
https://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/112416