Mãe
Mãe nunca desata do filho
Nele conselhos ecoam eternos
E não se olvida que um dia
bateram uníssonos no ventre
Onde aflora afeto.
Mãe, que é unha e carne
Que escancara a costela
e dá o peito a tiro
Mãe, que é sacrifício.
Mãe, que a vida inteira alimenta
Do manjar do seio
aos imperativos declamados
Mãe, que nunca nos deixa
E quando nos deixa
contra a vontade
Apenas muda-se
para algum cômodo
do apê do peito.
Mãe, que nos acompanha insone
e nos põe no cerne das preces
Alisa e beija a testa
Inda que a léguas de nossa derme.
Mãe, saiba que ainda sou aquela criança
De temores, inseguranças e anseios
Que a vida pode até nos partir no meio
Mas amor de mãe jamais descansa
Cola para toda fratura que vier
Mãe, durma, contigo longe ou perto
Lhe sinto e esqueço o medo.