Não Haverá Vagas para o Sorriso
Numa sociedade
marcada pelo domínio
e predomínio da lógica cega
de ter poder,
vomitar poder,
arrotar poder
com seus acessos, abcessos e avessos e seus derivados
Numa sociedade marcada
pelo uso e abuso
do desempenho a todo custo,
com seus tropeços a todo custo
e a toda ordem,
testando todos os enredos
calcados por entre os lastros e alicerces dos medos substancialmente inculcados, calculados, metrificados e impostos,
e verticalizados
Enquanto isso ...
Não Haverá Vagas para o Átomo ,
para o Ato,
para a Atitude do Sorriso
Não Haverá Vagas para o Sorriso!
Não Haverá Vagas para o Sorriso!
Há vagas, sim!
Para o grito, seus ecos, seus medos,
seus obstáculos
Há vagas, sim !
Para a contenção cega driblada pelo contrassenso
Para a obediência cega,
Para o silêncio cego,
Para o respeito cego
que tudo torna insano,
que tudo deteriora !
Há vagas, sim !
Para o medo
que se enraiza, se ramifica
sob o testemunho de silêncios inumanos
Silêncio promíscuo que junto ao medo
Tudo acontece, tudo vira coisa
Se coisifica
Se tiraniza
Se desumaniza
Enquanto isso...
Não Há Vagas para o Sorriso