O Inteiro de Tudo

Eu sempre quero o inteiro de tudo

Se quero comer, como tudo o que tiver

Se quero chorar, choro até não aguentar

Não me satisfaço enquanto ainda tiver algo que resta

Eu fecho os olhos no escuro

Eu quero, quando eu quiser

Eu penso e 'despenso', sem parar

Sou insistente com o que me alegra

Quando passo dos limites, não me seguro

E em tudo, eu meto a colher

Se dá errado, que pena, azar

O imprevisível está à espera

Mas o imprevisto é tão oportuno

Eu aproveito, conforme vier

Se o destino comigo falhar

Eu multiplico as minhas rezas

Afogando, eu ainda mergulho

O mais longe que eu puder

E se faltar um pouco de ar

Não há motivo para ter pressa

Eu procuro o inteiro do mundo

Esteja aonde estiver

E se eu me perder/encontrar

Nada disso a ninguém interessa

Pois o inteiro das coisas é tudo

Tudo o que eu puder

Guardar, alcançar, transformar

E depois disso, nada mais resta