Quem Me Vê
Quem vê
O cabelo vermelho, me imagina espevitada
Que nada!
Sou uma romântica incurável
Com um desejo incontrolável
De um dia ser amada
Quem me vê
Toda segura ou meio desbocada,
Eu sendo firme no trabalho, uniformizada
Não imagina que aqui habita uma fera mansa,
Que ama cafuné e carinho, igual a uma criança
Quem me vê
Magra, escritora e prolixa,
Não imagina que às vezes só desejo
Ser emudecida por um beijo
Logo depois de devorar uma pizza
Quem me vê
Em uma festa na água ou no suquinho,
De maquiagem, salto alto e roupa de linho,
Não imagina que só queria um convite pr'um vinho
Lareira, velas, camisola vermelha e robe de laço
E depois de me perder em seus braços,
Ganhar seu colinho
Quem me vê
Sistemática e madura assim
Não imagina que vou guardar
Pra sempre dentro de mim
Aquela menina que me ensinou a amar
Quem me vê
Sendo uma mulher, nem imagina
Que ainda vou realizar
Muitos sonhos da menina
Que aqui ainda vive e sonha
Com vontade tamanha
De mudar a própria sina
E de encontrar alguém para amar
Quem me vê
Pequenina frente ao mar
Com tamanha imensidão
Não imagina que sei amar
Com força de um tsunami ou de um furacão
Só falta conquistar
O dono do meu coração
Quem me vê
Tão dona de mim,
Nem imagina que isso tem fim
Quando vejo você
Começo a imaginar coisas assim
Saio de mim:
Olha eu de novo a escrever!
Se isso não é amor
Me diga, beija-flor,
O que é que você vê?