Para Ela
Por ela e para ela, a que não deve ser nomeada,
Porque um simples nome não a sustenta
E, muito menos, deveria ser em vão chamada.
Ela em seu complexo e completa a vida contenta
E pouco sabe sobre, por mim, o quanto é amada.
Para ela, apenas isto e só, e o finalmente.
Meus dias de primavera, hoje um triste inverno,
Um breu profundo nas alcovas do poente.
Sentimento que nasceu e se desgasta no eterno.
Ela, que me mantém à vida vivo, mesmo tangente.
Meu amor por ela cresce e nossa distância avança,
O vazio tentando se preencher com a solidão
Na medida que a própria vida perde a esperança,
A eternidade vagando pelo abismo, mesmo em vão.
Ela, uma jovem poesia, viva apenas na lembrança.
Meu amor é e ponto, até das palavras desisto...
Amor perpétuo que permanece, e o sopro se esvai.
Todo amor nasce em um destinado imprevisto
No momento, e enquanto, o silêncio vem e cai
Resultando todos os porquês da vida: É isto.
Cronologicamente o tempo só faz sentido no fim,
Mas a vida é momentânea. A morte é eterna...
Não há antes ou depois na eternidade, assim.
"Quid est veritas", a mesma questão interna.
Ela a é, tal como ela é meu derradeiro jardim.