Prisão
Estamos todos presos,
E indefesos
Ninguém sai ileso
Em domésticas celas,
De interpelas
E falsas tutelas
Em grades
Das grandes cidades
E das pequenas verdades
Nas cadeias
Dessa grande aldeia
Que nos rodeia e odeia
Em aposentos,
Cujos alentos
São alguns momentos
Nos cárceres de amigos
Que só veem seus umbigos
E nada a ver comigo
Em espaços
Onde se passa cansaço
E faltam abraços
Pelos pensamentos
Que se sustentam
Como tormentos
Enfim,
Escravos da vida
Que nos é servida
E também removida.