"MINHA POUCA PROSOPOPEIA" Poema de: Flávio Cavalcante
MINHA POUCA PROSOPOPEIA
I
Ser um ser vil e totalmente inanimado
Energia com teor bastante negativa
Sentido, aguçou o sentido mais velado
Da morte que deixou saudade da vida
II
O olor que uma flor murcha não mais exala
Esperança de que um dia possa renascer
O mudo que era perfeito e perdeu a fala
O aborto da criança que não pediu para nascer
III
O corpo em decomposição que buscou a vida
A larva que deixou o casulo para ser borboleta
A minha pouca prosopopeia sempre requerida
A chave e a fechadura, o trinco e a maçaneta
IV
Nuvens cinzentas tampando o sol como peneira
Às águas negras paradas por causa da poluição
Um amplo mar de dejetos em onda rasteira
Destrói o planeta que já arfa com a população
V
Na vida e na morte a prosopopeia está presente
A cruz na estrada deixa uma grandiosa lição
Aprendizado eterno mesmo estando ausente
A escrita na lápide é um passado de recordação