"MINHA POUCA PROSOPOPEIA" Poema de: Flávio Cavalcante

MINHA POUCA PROSOPOPEIA

I

Ser um ser vil e totalmente inanimado

Energia com teor bastante negativa

Sentido, aguçou o sentido mais velado

Da morte que deixou saudade da vida

II

O olor que uma flor murcha não mais exala

Esperança de que um dia possa renascer

O mudo que era perfeito e perdeu a fala

O aborto da criança que não pediu para nascer

III

O corpo em decomposição que buscou a vida

A larva que deixou o casulo para ser borboleta

A minha pouca prosopopeia sempre requerida

A chave e a fechadura, o trinco e a maçaneta

IV

Nuvens cinzentas tampando o sol como peneira

Às águas negras paradas por causa da poluição

Um amplo mar de dejetos em onda rasteira

Destrói o planeta que já arfa com a população

V

Na vida e na morte a prosopopeia está presente

A cruz na estrada deixa uma grandiosa lição

Aprendizado eterno mesmo estando ausente

A escrita na lápide é um passado de recordação

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 29/04/2022
Código do texto: T7505809
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