MÃOS

Tinha as mãos belas e tão perfeitas

que nenhuma cigana ousava se aproximar

Pintava as unhas sempre de branco

um branco, tão branco e branquinho

que até nas noites desalumiadas

refletia a luz do sol que distante brilhava

do outro lado de lá do horizonte

Se Vênus não tivesse morrido

morreria com acima dos pulsos amputados

de incômodos, ciúme e inveja

pois somente um deus maior e bem inspirado

poderia tê-las esculpido e realizado

Nunca houve mãos de tal maneira assim meigas

que só de olhar já me repousava

e me desfadigava no almofado de suas palmas

como quem se deita nas nuvens

e sonha com o amor dos anjos

do céu e das estrelas

Joaquim Cesário de Mello
Enviado por Joaquim Cesário de Mello em 28/04/2022
Reeditado em 28/04/2022
Código do texto: T7504953
Classificação de conteúdo: seguro