MÃOS
Tinha as mãos belas e tão perfeitas
que nenhuma cigana ousava se aproximar
Pintava as unhas sempre de branco
um branco, tão branco e branquinho
que até nas noites desalumiadas
refletia a luz do sol que distante brilhava
do outro lado de lá do horizonte
Se Vênus não tivesse morrido
morreria com acima dos pulsos amputados
de incômodos, ciúme e inveja
pois somente um deus maior e bem inspirado
poderia tê-las esculpido e realizado
Nunca houve mãos de tal maneira assim meigas
que só de olhar já me repousava
e me desfadigava no almofado de suas palmas
como quem se deita nas nuvens
e sonha com o amor dos anjos
do céu e das estrelas