Solidão
Buraco do peito, sente ventania
E inunda a mente de volutas
Que adormecem a calma, jambu
Mastiga o oco e se liberta das palavras,
Aquelas que não pronunciamos,
Não as pensamos,
Elas nem sequer existem.
Buraco negro no peito, pulsa solidão,
Completa e inédita; instiga o voar.
Voar porque é necessário; e o voo,
Cortando o tempo, vento e nuvens,
Faz com que a solidão, na sua forma plena,
Fique para trás.
A liberdade é estar só, num voo.
Da luz da lua, solitário.
Da luz do sol, liberdade.