Não Queiras Apagar os Sóis

Não queiras pisar o sol

Não queiras esconder o sol

Não queiras apagar os sóis

que ardem, queimam e pulsam entre as estrelas

Não te atrevas !

Não queiras apagar os sóis

sob o testemunho da frieza das cinzas de tuas ruínas

Sóis ardem, brilham e incendiam

outros sóis

que apagados em ti estão

E há em ti sóis que se apagam

Há tantos sóis que reluzem e ofuscam

Os cegos, os lerdos, os caducos, que em ti dormem

e perambulam com anestésicos

em seus passos

Os teus rastros apagados e sem cheiros : desvanecidos

Se iluminarão quando o clarão de outros sorrisos em contágio

tornem-se Sementes!

Não queiras apagar os sóis

Com teus desafetos armados e inclinados a infertilizar sorrisos!

Não teime em apagar os sóis!

Tarefa em vão!

Sóis não se apagaram

Sóis não se apagam !

Sóis não se apagarão !

Teus desafetos terão sóis nublados

Mas as aragens dos dias

Nem as manhãs ensolaradas

Ofuscarão as nervuras de tua ignorância!

De tua prepotência!

De tua hostilidade !

E a teimosia de querer apagar sóis

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 28/04/2022
Código do texto: T7504763
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