Não Queiras Apagar os Sóis
Não queiras pisar o sol
Não queiras esconder o sol
Não queiras apagar os sóis
que ardem, queimam e pulsam entre as estrelas
Não te atrevas !
Não queiras apagar os sóis
sob o testemunho da frieza das cinzas de tuas ruínas
Sóis ardem, brilham e incendiam
outros sóis
que apagados em ti estão
E há em ti sóis que se apagam
Há tantos sóis que reluzem e ofuscam
Os cegos, os lerdos, os caducos, que em ti dormem
e perambulam com anestésicos
em seus passos
Os teus rastros apagados e sem cheiros : desvanecidos
Se iluminarão quando o clarão de outros sorrisos em contágio
tornem-se Sementes!
Não queiras apagar os sóis
Com teus desafetos armados e inclinados a infertilizar sorrisos!
Não teime em apagar os sóis!
Tarefa em vão!
Sóis não se apagaram
Sóis não se apagam !
Sóis não se apagarão !
Teus desafetos terão sóis nublados
Mas as aragens dos dias
Nem as manhãs ensolaradas
Ofuscarão as nervuras de tua ignorância!
De tua prepotência!
De tua hostilidade !
E a teimosia de querer apagar sóis