PEDRA BRUTA.

De tudo deste encanto,

Quero dos olhos o pranto

Que se escorre e forma o rio.

A pedra bruta cai na lida ,

Vem aos tombos desgastando,

Perde uma ponta, perde um calo,

Vai mudando de paragens,

E resvalando nas margens,

Vai sofrendo os teus dias.

Vai batendo em outras pedras,

Acertando suas quinas,

E rolando em longos leitos,

Vai cumprindo sua sina.

Depois de um período longo,

De encontro e desencontro,

Deixa as agruras do rio,

Chega numa praia então,

Se ajeita nas areias,

E aquela pedra, bruta ,e feia.

Depois de tanto sofrer

Se encontra redondinha.

Brilha aos raios do sol,

Atrai os olhos do mundo,

E cumprindo seu caminho,

Vai num vaso repousar,

Enfeita uma sala triste,

Decora uma planta sem graça,

E toda sua caminhada,

Não terá válido nada

Se não nos fazer refletir.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 26/04/2022
Código do texto: T7503785
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