Fado Partido
Duas terras
Valentes, mas tão inseguras,
No passado suas
Saudade e vontade
De um fado que sabe abraçar
As ondas saudosas do mar.
Lisboa, cidade amarela,
Azul e branquinha, tão bela,
Sonhando, qual suave caravela,
Com cantos fadistas,
Com tais guitarristas
Que sobem às telhas de barro—
Canto alegre e triste e bizarro.
Um dia terra sangrou
Jorrando o tinto da uva
O mel da cana
Arrancando do seio o minério
Em sonhos de um quinto império
Cada lamento
Do fado traz um sentimento
Que não se encerra no sofrimento—
Um povo que, vez após vez, alegre ou triste
Só canta no seu português.
A seu mando
Escreve o
Poeta Carlos
Na pessoa de Fernando
Estranha saudade de um tempo que não vivi
Memórias atlânticas
De passarinho
Longe no ninho
No Rio...
No mar além...
Estreitando os laços,
O corcovado abre seus os braços
Um aceno distante
Um sorriso e um afago
Samba na Roda de fado,
Tambores nativos,
Cordas, batuque e lirismo