Fado Partido

Duas terras

Valentes, mas tão inseguras,

No passado suas

Saudade e vontade

De um fado que sabe abraçar

As ondas saudosas do mar.

Lisboa, cidade amarela,

Azul e branquinha, tão bela,

Sonhando, qual suave caravela,

Com cantos fadistas,

Com tais guitarristas

Que sobem às telhas de barro—

Canto alegre e triste e bizarro.

Um dia terra sangrou

Jorrando o tinto da uva

O mel da cana

Arrancando do seio o minério

Em sonhos de um quinto império

Cada lamento

Do fado traz um sentimento

Que não se encerra no sofrimento—

Um povo que, vez após vez, alegre ou triste

Só canta no seu português.

A seu mando

Escreve o

Poeta Carlos

Na pessoa de Fernando

Estranha saudade de um tempo que não vivi

Memórias atlânticas

De passarinho

Longe no ninho

No Rio...

No mar além...

Estreitando os laços,

O corcovado abre seus os braços

Um aceno distante

Um sorriso e um afago

Samba na Roda de fado,

Tambores nativos,

Cordas, batuque e lirismo

Alle Braga e Lisa Lynn Erickson
Enviado por Alle Braga em 26/04/2022
Código do texto: T7503383
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