Se calassem a voz da humanidade
Se dela tirassem a propriedade
A alma seria rarefeita.
Os silêncios oportunos só cabem
Na ausência de sentimentos.
No mais, correm ligeiras as dores
Perdidas em dissabores
Infindo de emoções,
Particulares.
Calada pelo tempo,
A esperança...
Agora em fuga,
Desenfreada.
Respira aliviada.
Olhando pra trás.
Já trocou de lentes
(algumas vezes).
Já perdeu os óculos.
Já perdeu os sentidos.
Já se perdeu.
Mas abrolha em terreno árido.
Verdejante como a cor dos seus olhos.
De menina!
Que não a deixa morrer.
Esperança veste óculos...
E a armação que a sustenta?
É equilibrista...
Se calassem a voz da humanidade.
Se dela tirassem a propriedade.
A esperança resistiria:
Como uma menina...
De óculos.