Pequenos tons
Céus de tons,
Numa tela por se expressar,
Cada qual conserva sua textura,
Cada um com sua bravura,
Cada raio tende a uma curvatura,
Tons claros dão a sensação do real,
A paz que quase se revela,
Sob olhar de quem domina a tela,
Tudo tão natural...
Uma mistura da incerteza das coisas,
Tal como a metamorfose de cada prosa,
Como se diz, cada um puxa brasa,
Para sua sardinha,
Enquanto corre o tempo,
Na tela que pinta a solidão do rosto,
Onde olhos sobressaem mais que o pestanejar,
De um desejo por farejar,
A estes surgem tons mais excitantes,
Numa mistura do saudoso presente,
Onde abraços estão cada vez mais ausentes,
E assim vão tão próximos e distantes,
Com a aquela mera sensação,
O efémero da felicidade mascarada,
Quando no fundo o interior vive aprisionado,
A este último, deve-se aos tons escuros,
Que caem entre a palidez de cada céu,
O que torna cada minuto no breu,
Onde a sorte atirada a si não atingi o apogeu,
Encerrando assim a tela,
Que deu lugar ao acto da representação (...)
(M&M)