Pequenos tons

Céus de tons,

Numa tela por se expressar,

Cada qual conserva sua textura,

Cada um com sua bravura,

Cada raio tende a uma curvatura,

Tons claros dão a sensação do real,

A paz que quase se revela,

Sob olhar de quem domina a tela,

Tudo tão natural...

Uma mistura da incerteza das coisas,

Tal como a metamorfose de cada prosa,

Como se diz, cada um puxa brasa,

Para sua sardinha,

Enquanto corre o tempo,

Na tela que pinta a solidão do rosto,

Onde olhos sobressaem mais que o pestanejar,

De um desejo por farejar,

A estes surgem tons mais excitantes,

Numa mistura do saudoso presente,

Onde abraços estão cada vez mais ausentes,

E assim vão tão próximos e distantes,

Com a aquela mera sensação,

O efémero da felicidade mascarada,

Quando no fundo o interior vive aprisionado,

A este último, deve-se aos tons escuros,

Que caem entre a palidez de cada céu,

O que torna cada minuto no breu,

Onde a sorte atirada a si não atingi o apogeu,

Encerrando assim a tela,

Que deu lugar ao acto da representação (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 20/04/2022
Código do texto: T7499248
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