Aprendi que não tenho semelhante
Aprendi que não tenho semelhante
quando tranquei a porta.
Era jovem, o verde era vibrante;
havia em mim espírito gigante
quando tranquei a porta.
Lá fora abandonei o tempo antigo
num lépido descuido.
Esqueci cada amigo
que adorava num lépido descuido.
Porém sou resultado do que havia
do outro lado da porta.
É por então se trago uma alegria.
Tudo o que sinto há tempos já sentia
do outro lado da porta.
Todo o potencial que devo ter
são do tempo sem trinco.
Mais nada a se criar ou se perder;
os futuros que posso um dia ter
são do tempo sem trinco.
Se me flagras olhando a porta assim,
tão velha e abandonada,
é que penso como enfim
pude a deixar tão velha e abandonada.
20/04/2022