LUA OU O ENCONTRO - 21 - Neste cru jardim do abandono
Por que é que será que esse verso (p. 45) me evoca
aqueloutro verso possível dito por algum poeta
clássico e achado: "a fonte das lágrimas" ou
"o jardim das lágrimas"? Floresta amanhecida
graças aos dedos delicados da Aurora, LUA,
madrugadora e mutante até dar à luz o SOL,
com a permissão doida das nuvens e nevoeiros ...
Eis, LUA, um grupo de versos, não estrofe, mas
apenas eco torturado de versos e poemas
que proclamam as mortes de amantes
inocentes ou culpáveis de só amar:
"memória de termos memória
memória sempre do abandono" (p. 45)
ou do simples delito de ter sido
nascido de mulher, sempre
deusa ignorada ... LUA,
tu és mulher, portanto
deusa ... humana,
mas infinita ...