Marioneta

Movimento controlado passo à passo, nunca perco o compasso.

Me desputo, quero cair no mundo, mas em feios me seguro.

Sorriso forçado, vida incenada, alguém cante a minha canção e acende mais luzes, ela não chega em meus olhos.

Peito sem coração, memória sem mente, um boneco de pau sem passado para reviver.

Sem o céu escuro para contemplar.

Não vejo e nem ouço, perdida no nada e nunca encontrada , a lua assiste o meu corpo nú.

Sem vida, sem história vivida ou perdida.

Tornei-me dependente de fios em mãos desconhecidas.

Rosto pálido e duro, olhos mortos, marioneta sem "shows" pausada em um canto sem mágica.

Faça cair lágrima nesses olhos secos igual à um rio, ou mesmo como a garganta que não molha desde à morte inesperada.

Uma alma que precisa de um corpo.

Uma marioneta com os fios quebrados.